Nos casos em que a profilaxia conta a Malária não funcione preventivamente e o viajante suspeite estar contaminado, é muito importante que estejam reunidas condições para que possa ser assistido rapidamente por um médico. Assim, numa viagem para locais remotos onde exista alguma exposição à doença, é recomendável que o viajante se possa inteirar sobre a disponibilidade de serviços médicos que o possam assistir em caso de contaminação. Não estando assegurado o atendimento médico num período inferior a 24 horas, recomenda-se o auto-tratamento, isto é, ser o viajante a iniciar o tratamento com o “kit de emergência”, normalmente prescrito na consulta do viajante, e do qual se deverá fazer acompanhar na sua farmácia de viagem.
Como é do conhecimento geral, a toma de medicamentos é na generalidade dos casos portadora de algum tipo de efeitos secundários. A Malária não é obviamente uma excepção. Antes pelo contrário. Normalmente, as drogas utilizadas para o combate ou prevenção desta doença, são relativamente tóxicas para o corpo humano, podendo em alguns casos provocar mau estar generalizado ou até afectar o funcionamento de alguns órgãos, sobretudo quando o organismo está sujeito a utilizações muito prolongadas. Deste modo, é importante discutir com o seu médico a necessidade de toma, tendo em conta a avaliação prévia de alguns dos elementos que se seguem:
- Os locais que se vão visitar numa determinada região, pois a existirem zonas endémicas, não quer dizer que afectem o percurso a realizar pelo viajante;
- Permanecendo por algum tempo em zonas endémicas, avaliar o grau de exposição face aos efeitos colaterais negativos da utilização dos medicamentos;
- Quais as condições de alojamento;
- A idade do viajante – normalmente os indivíduos de menor idade são mais tolerantes à agressividade deste tipo de fármacos;
- O estado geral da saúde de cada um. E se é portador de alguma doença crónica, com principal destaque para as que afectam o fígado, estômago e rins;
- A toma de outro tipo de medicamentos que possa interagir e diminuir o efeito dos antimaláricos a prescrever;
- Que tipo de medidas comportamentais está o viajante disposto a cumprir de forma a evitar as picadas no mosquito transmissor;
- Que tipo de actividade irá ser exercido: lúdica, com safaris, actividades aquáticas ou escaladas; pesquisa científica em matas ou bosques; trabalho maioritariamente desenvolvido em escritório; etc…
- Se o regresso à mesma região endémica é continuado, pois existe a possibilidade em que a toma possa ser atenuada. Embora não seja consensual, tal facto deve-se há existência de estudos que sustentam a ideia em que o uso de medicamentos profilácticos, em locais onde a Malária está activa, pode estimular o desenvolvimento de imunidade parcial à doença.
A Malária é uma doença grave, perigosa e muitas vezes mortal. Esta é a principal ideia que todos os viajantes devem reter antes de se aventurarem e correrem riscos inúteis. Embora cada indivíduo possa desenvolver formas diferentes de actuar contra a doença, a prevenção, quer pelo caminho comportamental, quer através da profilaxia medicamentosa, é a melhor forma de evitar surpresas que podem acabar com a sua viagem de sonho.
Embora o objectivo deste texto seja clarificar o viajante sobre o que pode fazer para combater a Malária, ele não substitui a qualquer nível a opinião e os conselhos de um médico especialista em medicina tropical. Assim, recomendamos vivamente a marcação de uma consulta do viajante, com pelo menos um mês de antecedência, antes de rumar a um destino onde haja uma séria possibilidade de contaminação.
Embora não seja muito frequente, há também que estar de sobreaviso para o facto de o período de incubação da doença poder estender-se para além do período habitual. Assim, caso se veja na presença de qualquer sinal ou sintoma da Malária, até um ano após o regresso, procure de imediato a ajuda de um médico.
Finalmente, a contratação de um seguro de viagem adequado às condições do destino, pode ser uma enorme mais-valia caso o viajante seja afectado por uma doença grave, como é o caso da Malária.
Mais informação sobre os fármacos utilizados no combate da Malária pode ser encontrada no sítio internet do Infarmed.
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