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Vang Vieng: uma cidade no sopé de belas montanhas

Situada nas margens do rio Nam Song, Vang Vieng é uma cidade muito procurada por turistas, sobretudo por mochileiros que procuram turismo de aventura e experiencias intensas, em alguns casos menos licitas. Sim, é verdade que Vang Vieng está nos dias de hoje muito relacionada com o consumo de drogas, mas também não deixa de ser verdade que só as consumimos se queremos. Quando a mim, há que dizer que não estive a fazer duas semanas de meditação em Wat Doi Suthep, para depois mandar tudo para o lixo. E caso isto só por si não fosse suficiente, há que dizer que gosto de me manter sóbrio e saber o que faço na vida. Dito isto, vamos então à cidade em si.

Ainda que Vang Vieng esteja cheia de estrangeiros e faça lembrar Albufeira, em Portugal, mas com drogas ilegais, pois não há qualquer controlo por parte das autoridades, há a sublinhar o quão impactante é a natureza da região. As montanhas de pedra calcária, corroídas pela erosão, são sumptuosas e as lagoas apresentam-se de cor azul cristalina. Tudo aqui é lindíssimo. Não será talvez por acaso que vim com a intensão de passar em Vang Vieng um par de dias e acabei por ficar uma semana. Fiquei também porque conheci a Mónica, uma portuguesa de Estoi, que estava a ajudar a construir um bar para abrir naqueles dias. Foi sem pestanejar muito que me ofereci para ajudar e, na companhia de um israelita muito boa onda que também se juntou ao grupo, trabalhei durante 3 dias sem parar.

O bar abriu no quarto dia de trabalho, desde de que aderi ao projecto, e logo se revelou um sucesso. Talvez pelo facto de enveredar por outros estilos musicais e não pelo Gandam Style, do rapper coreano Psy, ou do techno rock da cantora Lady Gaga, que passavam ciclicamente e horas a fim na generalidade dos outros bares. No Lalaland, assim de chama o bar, o estilo e a dinâmica são outras. Aqui pode-se relaxar e socializar ao som de música ambiente variada, sentado num sofá junto a uma fogueira e a observar, por exemplo, malabaristas que trabalham o fogo. Dois dias após a abertura toda a cidade conhecia o bar e todos passavam por lá, nem que fosse por uma hora.

Bungalows junto às belas montanhas calcárias que envolvem Vang Vieng.

Entretanto conheci 4 portugueses, com quem acabei por passar o Natal. Foi seguramente uma época festiva diferente, sem o tradicional bacalhau, mas acompanhada por muito vinho e alegria. Foi também da companhia deste grupo de lusos que fiquei mais um par dias, isto sem esquecer todos aqueles que estiveram envolvidos na construção do bar, incluindo o Lá, seu dono.

A semana passou-se rapidamente e havia que partir, em direcção a sul, uma vez que a Catarina estava para chegar a Bangkok, cidade de onde partiríamos conjuntamente para o sul da Tailândia. A saída de Vang Vieng foi feita através de uma boleia que me assegurou uma boa parte do caminho até à fronteira. O reencontro estava para breve.