Depois de sete intensos meses de labuta, com alguns frutos, muito sol e mar pelo meio, eis que chega o Outono e com ele mais uma viagem. Talvez seja o momento em que deixo a pele antiga para trás, na legítima ilusão de renascer para uma nova vida.
Lembram-se da viagem à América do Sul? Agora que passou tempo suficiente para digerir os inacreditáveis 5 meses que passámos junto do povo sul-americano, cheiros de oportunidades para desenvolver a nossa aprendizagem através dos costumes, da cultura e das cerimónias, partimos uma vez mais à descoberta do que o mundo tem para oferecer. Partimos com aquele nervoso miudinho que é tão bom e nos faz acalmar o espírito. Partimos, sobretudo, imensamente gratos por ter mais uma oportunidade em viver e crescer enquanto seres humanos.
Desta vez a viagem aponta para Oriente, em particular o Sudoeste Asiático, também por um período de 5 meses. Vou com algumas ideias, mas poucas expectativas. Levo comigo uma mala pequena, com 30 litros de capacidade e 6 quilos de peso – só a câmara pesa cerca de 2 quilos –, e um coração aberto para novos ensinamentos. Procuro novas visões, maneiras de pensar e fazer, sabores, cheiros e, muito importante, boa energia para a minha mente. Vou mais devagar, com mais calma, maior tolerância e paciência.
E para me auxiliar neste desafio decidi permanecer duas semanas num mosteiro budista, no norte da Tailândia, onde estarei num retiro vipassana – em silêncio absoluto –, e do qual falarei oportunamente. Antes disso farei uma breve paragem em Bangkok, apenas para pequenas compras e enfiar-me num comboio, durante 16 horas, até Chiang Mai.
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