O lago Inle, situado nas montanhas do Estado Shan, no leste de Myanmar, é o segundo lago em área do país e raramente ultrapassa os 4 metros de profundidade, mesmo na estação das chuvas. Estima-se que nas suas margens existem mais de 180 aldeias e cidades, maioritariamente povoadas pela etnia Intha – os filhos do lago.
A viagem arrastou-se por 11 horas e chegámos a Inle por volta das 5h da manhã. Estava um frio desgraçado, para o qual não estávamos habituados e minimamente preparados – parecia que nos tinham transportado para uma serra transmontana. O desconforto era tal que acabámos por sair do autocarro ainda embrulhados nos sacos cama.
A situação não parecia a mais animadora mas, como tínhamos de tratar de arranjar um local para ficar, lá nos decidimos e começámos na busca de um espaço agradável, com bom preço e limpo. Rapidamente concluímos que no lago Inle é tudo caríssimo, pois não estão ainda muito preparados para receber certo tipo de turismo, especialmente do tipo mochileiro como era o nosso caso – como se diz em bom português, o chamado “turismo de pé descalço”. Depois de alguma procura, acabámos por nos contentar com um espaço onde nos pediram 20 dólares, já que as opções mais económicas não eram assim tantas.
O resto do dia foi passado a conhecer o ambiente que se vive na região, quer com os passeios que fizemos a pé nas imediações do lago, quer através da viagem de barco que nos permitiu ver tudo a partir de uma perspectiva bem diferente. O lago Inle é na verdade um local surpreendente! Começando com os pescadores nas suas tarefas diárias, passando pelos fervilhantes mercados – um flutuante – ou casas sustentadas por grandes estacas, e acabando nas pequenas oficinas dedicadas ao fabrico de tabaco, têxteis, carteiras ou outros artefactos, tudo é muito genuíno e culturalmente interessante. E depois há ainda as pessoas! São imensamente generosas, demonstram ser felizes e não deixam ninguém indiferente ao seu sorriso luminoso.
Esperavam-nos agora mais alguns dias para contemplar o lago e conhecer as montanhas que o rodeiam, mas isso fica para a próxima publicação. Até lá!
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