Antes de finalizar, e em jeito de concluir a crónica anterior, gostaríamos de avançar com mais alguns detalhes sobre a chakana – a cruz andina – que entretanto nos foram dados a conhecer. Soubemos que a chakana também está dividida entre o lado positivo e o negativo. O positivo refere-se ao amor, trabalho e conhecimento, enquanto o negativo resume-se a três ditos essenciais: não mentirás, não roubarás e não serás preguiçoso. Trata-se de seis valores fulcrais nos ensinamentos diários que pais incutem em filhos, bem como em todas as gerações que se seguissem.

Para completar resta último lado da chakana. É onde está presente a solidariedade: a Aini, que significa ajuda ao outro, ou seja, “hoje por mim amanhã por ti” – os indivíduos ajudavam-se uns aos outros, nomeadamente, no cultivo das terras; a Minka, que segue o princípio da Aini, mas mais a nível colectivo – o povo unia-se para se entreajudar ao nível do grupo; e, finalmente, a Mita, que é o trabalho para a sociedade – à semelhança do que hoje fazemos com os impostos, os Incas tinha de pagar à sociedade, em excepções, através de trabalho de voluntariado, ajudando na construção de edifício e templos, por exemplo. Todos eram obrigados a participar.

significado da cruz andina
Significado da Chakana, a cruz andina.