Embora os autocarros na Argentina sejam mesmo muito bons, ainda que demasiadamente caros, as 19 horas de viagem até Puerto Madryn são algo extenuantes.
A intenção da paragem em tal cidade não era nenhuma, senão irmos à Península Valdés. Chegamos no dia 19 e pensávamos que a cidade ficava perto da península. Estávamos errados. A península ficava a 110 kms de distância. Para além disso, esta tem 200 kms de cumprimento, o que se revela impossível em faze-los só com os nossos Patagónia (a marca dos ténis). No bus que apanhamos em Buenos Aires conhecemos uma francesa que, como qualquer pessoa que por aqui pára, quer ir à Península. Vimos os preços dos tours. Caríssimos. Optamos então por alugar um carro, mas sabíamos que só iria compensar com 5 pessoas dentro dele. São 9h da noite e por agora somos apenas três. Já no camping encontramos mais 2 franceses que também queriam ir à península (novidade). Alinharam em vir connosco. Ficámos a confraternizar a noite toda com mais dois argentinos. Uma noite muito bem passada com troca de experiências de vida e de viagem.
O primeiro impacto junto deste povo sul-americano está a ser muito bom. São super simpáticos e a paixão quando falam, seja de uma final de um campeonato do mundo ou de uma refeição em horário laboral, é a mesma. Todas as frases têm personalidade e saem com grande fulgor.
No dia seguinte levantamo-nos bem cedo para ir levantar o carro. Era um Ford Ka para cinco pessoas e mais dez malas. Não sei como fizemos, mas fizemos. E fomos.
Primeira coisa a fazer: montar a tenda e descarregar o carro para irmos mais a vontade.
A partir daqui começou aquela que consideramos ser uma das melhores experiencias que tivemos na vida ao nível da fauna. Aqui vi-mos uma espécie de lamas locais, lebres, ovelhas, avestruzes, uma cobra, uma tarântula, muitos pássaros que nunca os tínhamos ouvido em tal concerto, pinguins, focas, leões-marinhos, lobos-marinhos, elefantes-marinhos e Baleias!
Sim! Baleias!
Hoje vi-mos baleias a 3 metros de distância! Espectacular! Que emoção! Saber que estes animais não passavam mais do que os contos que ouvimos ao longo da vida, ou das habituais imagens nos livros de Ciências, deixou-nos felizes. Parecíamos crianças quando lhes é dado um doce. E que doce! Por momentos achámos que já podíamos voltar para casa satisfeitos pela viagem que estamos a fazer. Mas não. Hoje foi só o sexto de 130 dias!
Até para a semana minha gente.