Sem grandes demoras, até porque o tempo impunha que acelerássemos o ritmo, prosseguimos através do belo trilho, onde além de rapidamente secamos o corpo, muitas foram a vezes que nos sentimos na obrigação de parar nos miradouros que existem a cada 10 passos. Curva após curva e paisagem após paisagem, chegamos à maior de todas elas: a “Garganta do Diabo”. Aqui, além de nos encontrarmos na fronteira física entre a Argentina e o Brasil, aquilo que se dá a ver aos nossos olhos é de cortar a respiração, fazendo com que a mente seja atingida por uma descarga nostálgica em relação a tudo o que até então foi passado ou sentido. É uma experiência emocionante e nós sentimos que “vimos a luz” ao contemplarmos aquela paisagem.
De regresso ao hostel, pois aproximava-se rapidamente a hora de enceramento do parque, conversámos e fizemos uma retrospectiva sobre a nossa experiência nas Cataratas do Iguaçu, talvez em jeito de avaliar os dois lados da moeda. Chegamos à conclusão que não temos um lado preferido, nem nos parece que um deles seja particularmente mais bonito que o outro: o lado argentino talvez seja mais emocionante, porque tem maior quantidade de lugares a visitar, mas como é muito maior em dimensão, requer maior rapidez de movimentos – pouco compatível com longas paragens para os amantes da fotografia – e maior desgaste físico; já no lado brasileiro, o trilho é quase sempre feito junto às cataratas, o que cria um impacto diferente, consegue-se fazer nas calmas, mas apenas permite ver de relance a “Garganta do Diabo”. Em jeito de conclusão, e apenas para quem só tenha disponibilidade para visitar um dos lados, talvez recomendemos o lado argentino.
Como tudo tem um fim, e esta nossa longa viagem aproximava-se a passos largos do seu final, chegou a hora de regressarmos a Buenos Aires: aquele que iria ser o ponto final, mas que também não deixa se ser o ponto de partida para uma experiência que vai deixar as suas marcas. Pelo meio ainda passamos cerca de 4 horas no Paraguai, país de onde optámos viajar por ser relativamente mais barato. Seguiram-se 24 horas sobre novas estadas e caminhos até chegar à bela Buenos Aires.
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