Há semanas que viajava sozinho, na busca de novas experiências e momentos intensos de meditação, como foi o caso dos 14 dias que passei no templo de Wat Doi Suthep, mas agora tudo iria mudar. A Catarina estava para chegar, pelo que toda a dinâmica de viagem passaria a ser diferente.
Depois de algumas escalas e um dia e tal de viagem, a chegada fez-se a 27 de Dezembro, num dia quente mas há muito desejado. Encontrámo-nos nas ruas de Banguecoque, envolvidos por um cheiro muito característico, mas difícil de descrever, bem como por grandes aglomerados de pessoas que seguiam em todos os sentidos.
Acabámos apenas por permanecer dois dias em Banguecoque. As intensas torrentes de gente que circula nas principais artérias da cidade, tal como a grande confusão que se fazia sentir, fizeram-nos reflectir e decidir mover para Sul, tal com já estava em parte previsto. Num destes dias conseguimos subir ao edifício mais alto de Banguecoque, o Baiyoke Sky Tower, onde funciona um hotel, vários restaurantes e de onde se pode avistar um dos melhores pores-do-sol da cidade. Já no edifício, quando estávamos a chegar quase ao topo, fomos barrados por estarmos vestidos com calções e t-shirts de alças. Disseram-nos que no topo funcionava um restaurante chique e que, no estado em que nos encontrávamos, não podíamos entrar. De forma a ultrapassar o inconveniente convidaram-me a vestir um fato, o que aceitei prontamente – como se trata de um local muito turístico, que deverá contar com a visita de muitas pessoas que se apresentam com uma indumentária não conforme, a forma que encontraram para resolver o problema é emprestar fatos, logo ali, para que todos possam prosseguir até ao topo do edifício. Diria que foi uma pequena aventura para ver o pôr-do-sol e o nascer da lua, no caso cheia, mas valeu bem a pena.
Os dois dias passaram rápido, sem grandes sobressaltos. Como previsto, saímos de Banguecoque em direcção ao Sul. As famosas ilhas Koh Phi Phi e praias de Railay seriam a nossa primeira escolha mas, depois de 12h de viagem enfiados num comboio, decidimos prosseguir ainda mais para Sul a fim de nos instalarmos em Koh Lipe. A pequena ilha, acomodada em pleno estreito de Malaca, está localizada a 60km da costa continental da Tailândia e é muito conhecida pelas suas praias de areia branca, águas profundamente cristalinas e abundante vida marinha.
Foi aqui que festejamos a passagem de ano. Com o aproximar da meia-noite, todos convergiram para as praias, na expectativa de receber de braços abertos o novo ano. A música ecoava estridentemente dos bares, de vez em quando era solto fogo-de-artifício e, como não podia deixar de ser, não faltavam pessoas a lançar ao ar as suas lanternas. Nós não fomos excepção e, pouco antes de o relógio apontar a meia-noite, lançámos também a nossa lanterna, na expectativa de que levasse tudo o que de negativo pudesse ter ensombrado 2012. Agora era hora de festejar, dar as boas vindas a 2013 e pensar em novos desafios.
Com o início do ano vieram também as chuvas, por sinal bem intensas, facto que nos obrigou a ter de repensar a viagem e mudar de planos. Havia que partir, de continuar viagem e criar um plano B, deixando os dias de relaxamento e praia para outra oportunidade. Seguimos por isso para Hat Yai, cidade onde iríamos decidir, em definitivo, qual o percurso a seguir até ao final da viagem.