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    Reportagem

    Petra e a magia da cidade rosa

    Petra é reconhecida como Património da Humanidade pela Unesco, desde 1985, e uma das 7 maravilhas mundiais desde 2007. Entre os mais de 800 monumentos que alberga, destaca-se o icónico Tesouro (al-Khazneh). A "cidade rosa", como também é conhecida, é especial em cada degrau, caverna, templo ou desfiladeiro.


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    Agostinho Mendes Agostinho Mendes — 11 de Novembro de 2015
    Mulas e grupos de pessoas em frente ao templo Mosteiro em Petra.
    O Mosteiro, segundo estudos recentes, terá sido edificado para servir de túmulo ao rei nabateu Obodas I.

    Há lugares mágicos, com grande capacidade para nos arrebatar e esmagar perante a grandiosidade das coisas simples. Petra é assim. Por muitos documentários ou filmes que possa ter visto, nada o preparará para a magia e impacto que a cidade, perdida durante séculos, irá exercer sob o seu espirito. Petra é especial em cada degrau, caverna, templo ou desfiladeiro. Petra é especial em cada gota de suor gasta em horas e horas de caminhos marcados pela história e cheiros de estórias para contar. Petra pode não ter o local onde o graal foi encontrado pelo Indiana Jones, mas será seguramente um graal na vida de cada um de nós.

    Reconhecida como Património da Humanidade pela Unesco, desde 1985, e uma das 7 maravilhas mundiais desde 2007, a imensa cidade de Petra alberga mais de 800 monumentos distribuídos por túmulos, templos, salas termais, pórticos em arco, ruas com colunatas e muitos outros edifícios individuais. E se o período áureo da cidade é atribuído à época greco-romana, são por demais visíveis vestígios de outros períodos e povos, como é o caso dos Nabateus ou beduínos. Aliás, as obras de maior interesse, em parte por serem escavadas na rocha, são precisamente resultado do engenho do povo Nabateu, que por ali se instalou entre o século IX aC e as primeiras décadas da era cristã. Peritos no domínio da hidráulica, os Nabateus foram os responsáveis pela criação de um grande e complexo sistemas de túneis e de câmaras de água, que se vieram a revelar vitais para o desenvolvimento e crescimento da cidade. Petra teve ainda um papel chave no comércio de especiarias em Wadi Araba – o grande vale que se estende do Mar Morto ao Golfo de Aqaba.

    Após a decadência e total abandono, em muito devido à sua quase destruição por um violento sismo no século VI, a também conhecida como “cidade rosa”, manteve-se no anonimato durante séculos, até que o explorador suíço Ludwig Burckhardt (1784-1817) a terá descoberto em 1812, quando viajava pelo Médio Oriente disfarçado de muçulmano. Após Burckhardt ter aberto o caminho, muitos outros o seguiram na exploração do vale de Moisés (Wadi Musa). Em 1839, David Roberts passaria por Wadi Musa, e em particular por Petra, executando um conjunto magnífico de gravuras do local. A cidade estava finalmente reaberta ao mundo.

    Da entrada ao Tesouro

    Após passarem o welcome center, os visitantes são encaminhados para um estradão de terra batida, que desce uma encosta de tons cálidos e que nos leva a um imenso vale. A polícia turística passeia-se sobre os seus imponentes e bem tratados cavalos, ao passo que uma avalanche de beduínos se aproxima impetuosamente para apresentar os seus inúmeros serviços de transporte. Há-os para todos os gostos – mulas, camelos ou carroças – e os argumentos são mais que muitos: desde o calor que o irá sufocar, passando pela distância a percorrer que é muita ou acabando no “tempo é pouco e precisa de ser rentabilizado”, todos o irão tentar convencer a gastar uns euros extra.

    Depois deste percurso inicial, eis-nos chegados ao Siq: a serpente, como é localmente chamado. Trata-se de uma garganta formada por uma falha sísmica, em alguns pontos não com mais de 3 ou 4 metros de largura e que rasga literalmente a montanha ao longo de aproximadamente um quilómetro. As marcas provocadas por o que outrora também já foi um rio são por demais visíveis nos sulcos naturalmente esculpidos na rocha. É um serpentear de curva após curva, cheio de mistérios e surpresas a cada instante: as carroças puxadas a cavalo, cheias de turistas, que se precipitam velozmente sem pedir licença; os beduínos que mantêm amenas cavaqueiras a coberto das enormes sombras projectadas pelas escarpas com 80 metros de altura; ou os visitantes que descansam esfalfados, depois de um dia inteiro de visita.

    Homem e tuk-tuk no desfiladeiro Siq junto ao Tesouro em Petra.
    Desfiladeiro Siq junto ao Tesouro.
    Grupos de pessoas e camelos frente ao Tesouro em Petra, na Jordânia.
    Tesouro, o grande ex-líbris da cidade de Petra.

    O siq é a antecâmara para a magia que vamos encontrar perante os nossos olhos incrédulos: o al-Khazneh ou também conhecido como o Tesouro. Este monumento, celebrizado e imortalizado nas aventuras do Indiana Jones, é considerado por muitos como o grande ex-líbris de Petra. O edifício é um dos mais elaborados da antiga cidade, atribuindo-se a sua construção ao período compreendido entre 200 aC e 100 dC, pois até hoje não foram encontrados dados que indiquem uma data precisa. A estrutura com 42 metros de altura e 30 de largura foi esculpida na rocha de arenito por frágeis ferramentas, tal como na maioria dos restantes edifícios, sendo o estilo influenciado na arquitectura grega clássica, com particular destaque para algumas esculturas mitológicas associadas à vida após a morte. O nome Tesouro tem por base algumas estórias e lendas, entre as quais, a que um grupo de bandidos terá escondido um saque numa urna de pedra existente num segundo nível do edifício, ou que o local funcionava como guarda a um tesouro do faraó Khaznet Far’oun, contemporâneo de Moisés.

    As marcas de uma Petra grandiosa

    Deixando para trás o Tesouro e os muitos olhares da multidão que o fixa, uma colorida faixa de terra e gravilha guia-nos até à Rua das Fachadas: um canyon que se encontra alinhado entre dezenas de túmulos e nos leva até ao coração da cidade propriamente dita. Há por aqui um conjunto alargado de edifícios que estão muito danificados, cheios de detritos que as águas das chuvas têm canalizado através das fendas abertas pelos séculos, mas os motivos de interesse são muitos: o que está muitas vezes por detrás de algumas falsas fachadas chega a ser surpreendente.

    Segue-se o surpreendente e fascinante teatro romano: uma cávia que aproveita o declive natural do terreno e onde todos os degraus, à semelhança da generalidade dos edifícios, são escavados na própria rocha. Com capacidade para cerca de 4000 espectadores e seguindo os modelos greco-romanos da época, terá inicialmente sido construído pelos Nabateus, mas mais tarde readaptado com a chegada dos Romanos. Da estrutura original são visíveis as aditus maximus – portas originais –, situadas à esquerda e direita da orchaestra, assim como algumas colunas recentemente restauradas e que faziam parte da fachada cénica do teatro. Para os menos impressionados com a dimensão e alcance da obra, talvez seja recomendada uma pausa. Instale-se calmamente num lugar da sua preferência, algures no imenso anfiteatro, e deixe que os silvos de vento lhe revelem as antigas e apoteóticas salvas de palmas ou inúmeros apupos.

    Grande teatro de Petra na Jordânia.
    Teatro com capacidade para 4000 espectadores.

    No lado oposto, com uma envolvente de nuances cromáticas que o tempo fez agarrar à rocha, um caminho serpenteia-se monte acima até nos fazer chegar a um conjunto de imponentes túmulos reais: o Túmulo da Urna é o primeiro, foi construído no alto da encosta como câmara funerária para o rei nabateu Malchus II ou Aretas IV e, para ser visitado, requer que se percorra um íngreme conjunto de lanços de escadas; ao seu lado, o Túmulo da Seda é um dos túmulos mais coloridos de toda a cidade, facto que se deve à profusão cromática do arenito que o compõe; o Túmulo do Coríntio vem a seguir e encontra-se muito erodido pelo tempo, mas se examinado com algum cuidado, será fácil encontrar várias semelhanças ornamentais com o Tesouro; finalmente, o enorme Túmulo do Palácio é constituído por uma fachada de três pisos, o que contraria a opção utilizada nos restantes monumentos de Petra. O seu interior é composto por quatro grandes câmaras, tendo a maior uma dimensão de 33 por 23 metros. A origem do seu nome estará relacionada com a semelhança que aparenta com o palácio Domus Aurea, construído em Roma pelo imperador Nero. Acredita-se que o enorme pátio existente em frente do túmulo possa ter sido utilizado para a realização de funerais de estado.

    Aproveitando para fazer uma pausa e olhar o horizonte, é mais uma vez a dimensão que nos esmaga perante a incapacidade em compreender o propósito de tais belezas arquitectónicas, artísticas e naturais. Em frente, além das ruínas dos edifícios e muralhas da cidade, aquilo que a vista alcança mescla-se numa aguarela psicadélica de cores e perde-se para lá dos vales, que teimam em guardar os segredos desta fascinante civilização.

    Encosta com vários templos em Petra, Jordânia.
    Conjunto de templos reais na encosta oposta ao teatro.
    Homem e camelo sobre a via colunata em Petra.
    Via colunata, a principal artéria da cidade construída pelos romanos.

    Descendo o monte e voltando ao principal percurso assinalado nos mapas, deparamo-nos com a Via Colunata: uma enorme avenida, ladeada por linhas de colunas e calcetada por enormes blocos de pedra, desgastados pelo tempo e por frequentes inundações ocorridas nos últimos mil anos, só interrompidas com a construção recente de algumas barragens. Orientada entre os túmulos reais e o templo Qasr al-Bint, a Via Colunata atravessa o antigo centro histórico da cidade de Petra e terá sido construída no século I aC, no tempo do rei Aretas IV, e posteriormente redesenhada e ampliada pelos romanos. Embora exista uma imensa área ainda por escavar nas suas imediações, ao longo das últimas décadas, as equipas de arqueólogos têm conseguido destapar edifícios e complexos, que se têm revelado fontes importantes de informação sobre o passado e importância da cidade. Destacam-se: o Templo dos Leões Alados, edifício distribuído por várias plataformas e que terá a origem do seu nome nas esculturas com os míticos leões com asas de águia, existentes nos capitéis das colunas junto ao altar; o Grande Templo, que é considerado um dos edifícios mais misteriosos postos a descoberto, só acessível através de uma grande escadaria e inclui um teatro com capacidade para cerca de 600 pessoas. Desconhecendo-se em rigor qual a sua principal função, escavações recentes revelaram nas suas imediações uma piscina pública e jardins. Assim, acredita-se que tenha tido um fim civil e não religioso, como se chegou a pensar.

    Beduíno de cabelo comprido com lenço vermelho na cabeça e olhos pintados.
    Beduíno de numa tenda de chá.

    No fundo da avenida, a monumental porta dos temenos, com os vestígios dos seus três enormes arcos ainda visíveis, separou o outrora sector comercial e a entrada para a principal área de adoração da cidade. É com o simples cruzar desta ténue fronteira, que todos são convidados a entrar nos temenos do templo Qasr al-Bint, o mais importante de Petra. O edifício de construção quadrangular, também conhecido como templo de Dushares, remonta à primeira metade do século I dC e terá sido formado por uma fachada com 46 metros de altura, o que se traduz na maior de toda a cidade – supera a fachada do Tesouro em 4 metros. Na frente do templo, que muito provavelmente será dedicado à deusa da fertilidade nebateia al-Uzza e ao deus Baal Shaman, pode ser encontrado um grande altar, indicando deste modo que as ofertas e sacrifícios seriam feitos no exterior do edifício e não no interior, como se passaria na generalidade dos casos.

    Em peregrinação até ao Mosteiro

    Segue-se outra das grandes atracções da cidade de Petra: o Mosteiro. Embora uma parte considerável dos visitantes não ouse fazê-lo, é talvez das experiências mais gratificantes que pode encontrar durante a sua visita. Chegar ao templo implica alguma obstinação, uma caminhada com alguma dureza e mais de uma hora do seu tempo. Monte acima, são cerca de 800 degraus, muitas vezes sobre caminhos pouco definidos e precipícios sem “guarda-corpos”. Para os menos preparados fisicamente existe a possibilidade de “alugar” um burro ou mula mas, para os mais sensíveis aos direitos dos animais, será doloroso observar o esforço que alguns asnos desenvolvem para transportar os indivíduos de maior volumetria. Durante o percurso, além das inúmeras cavernas características da paisagem e da beleza cromática da frágil rocha moldada pelo tempo, são muitos os beduínos que lhe prestam todo o tipo de serviços que possa necessitar: desde o transporte, passando pelos souvenirs e acabando nos snacks ou bebidas, de tudo um pouco está disponível, bastando apenas que o deseje.

    Bandeiras jordanas e tendas de chá com com vista para wadi araba perto do Mosteiro em Petra.
    Tendas de chá com vista para o vale que se estende até Wadi Araba.

    À chegada verá que a peregrinação com tons de penitência resultará no milagre desejado: o Mosteiro e os imensos vales das imediações são fotogramas que não mais vai esquecer. Não se conhecendo o verdadeiro propósito da construção, acredita-se que o Mosteiro terá sido edificado para servir de túmulo ao rei nabateu Obodas I. Tal como o Tesouro, mas não tão ornamentado, trata-se de um edifício de grandes proporções, integralmente escavado na rocha e que ao longo do tempo terá tido múltiplas utilizações, nomeadamente para cerimónias sagradas. Aliás, a designação actual deve-se ao conjunto de cruzes esculpidas no interior, que para os investigadores prova a sua utilização por cristãos bizantinos.

    Apenas a algumas dezenas de metros, sobre o plateau natural, podem ser observadas as melhores vistas sobre os profundos desfiladeiros que se estendem até Wadi Araba. É um espectáculo natural de extrema beleza, que pode ser acompanhado ao sabor de um chá quente, numa das muitas tendas beduínas que por ali se encontram. No extraordinário silêncio, apenas interrompido pelas exclamações de espanto dos muitos turistas, sopra um vento que nos sussurra aos ouvidos e nos convida à contemplação e reflexão.

    A imensa Petra dispõe ainda de vários outros pontos de interesse, como é o caso da “Fonte do Leão”; do “Lugar alto do sacrifício”; das igrejas Azul e Vermelha, que se encontram nas imediações da Via Colunata e são resultado da conversão de antigos túmulos durante o período bizantino; ou do museu cheio de artefactos arqueológicos, que pode ser visitado antes de subir ao Mosteiro. Das inúmeras combinações que pode escolher para o seu percurso, resultantes dos muitos caminhos, depressões rochosas, câmaras funerárias ou fachadas esculpidas na rocha, a “aventura rosa” será uma visita pessoal e moldada ao seu próprio gosto – uma experiência suficiente para o manter vários dias a calcorrear muitos quilómetros de emoção. Tenha ainda em conta que Petra é um local muito vasto e não se encontra totalmente identificado. Fora dos percursos oficiais existem caminhos que são perigosos e há estórias que relatam o desaparecimento de pessoas, muitas vezes com um desfecho menos feliz. Avisos à parte, não deixe de voltar com o pó agarrado ao corpo e a emoção impressa no pensamento. Petra é especial! Petra não se esquece!

    Mosaico no pavimento das ruínas de uma das igrejas de Petra.
    Mosaico nas ruínas de uma igreja.

    Preço da Entrada em Petra

    Com a chegada do turismo de massas à Jordânia, infelizmente para o turista, o governo jordano vê na “cidade rosa” uma verdadeira mina de ouro. Revelador desta política, são os aumentos sucessivos que se têm verificado nos preços das entradas, sobretudo depois de Petra ser sido eleita como uma das 7 novas maravilhas mundiais. Neste momento um bilhete válido para um dia de visita custa 50JD (65 EUR) , dois dias 55JD (72 EUR) e três dias 60JD (79 EUR) . São preços quase proibitivos, sem aparente nexo, que seguramente terão o seu impacto e contribuirão para a diminuição do número de visitas. Dados mais actuais sobre os preços dos bilhetes, bem como outras informações sobre o complexo, podem ser encontrados no site do Petra National Trust.

    Guia Prático para visitar Petra

    A entrada do imenso complexo de Petra encontra-se apena a 1,6 Km do centro de Wadi Musa, cidade onde estão localizados os principais hotéis, restaurantes e de onde muito provavelmente irá começar a sua exploração da “Cidade Rosa”. Para além da muita informação prática que vai encontrar mais abaixo, não quero deixar de sublinhar o seguinte:

    • Durante o dia não dispense a utilização de um protector solar, chapéu e óculos escuros. À noite tenha por perto um agasalho, já que as temperaturas podem descer substancialmente.
    • Se desejar uma experiencia mais personalizada e com um enquadramento histórico mais aprofundado, o centro do visitante disponibiliza guias credenciados que o podem acompanhar mediante o pagamento correspondente. Lembre-se, no entanto, que neste caso o ritmo da visita será estabelecido pelo guia e não por si.
    • Informação mais detalhada sobre Petra pode ser obtida junto do site oficial em www.visitpetra.jo

    Quando ir

    O melhor período para visitar Petra, tal como a Jordânia de uma forma geral, é durante a Primavera. Os dias já são relativamente quentes, mas ainda sem as temperaturas elevadas do verão – em Julho e Agosto há dias onde se podem atingir os 40 °C. É também na Primavera que os vales se apresentam verdejantes e os desertos cheiros de flores silvestres.

    Como Chegar

    Se viajar de autocarro, Wadi Musa fica aproximadamente a 4h de Aman, a capital da Jordânia, ou a 2h30 de Aqaba, a principal cidade do sul do país. No primeiro caso, uma boa opção é a utilização da companhia JETT BUS, que parte da estação de Abdail e tem um custo de 8,5 JD. Também pode utilizar o mini-bus da estação de Mujamaaa Janobi, neste caso com um preço por bilhete de 5 JD. Já no segundo caso, para quem vem de Aqaba, pode também utilizar os serviços da JETT BUS, aqui em parceira com a Nyazi Tours, por um preço de 12 JD, mas apenas com uma frequência diária. Recomendamos por isso a utilização de um mini-bus, com paragem junto à esquadra de polícia da cidade, que para além de cinco frequências diárias (o horário é variável de dia para dia), tem apenas um custo de 5 JD.

    Outra alternativa, principalmente se viajar acompanhado, e já que não fica dependente de horários e esperas muitas vezes incompreensíveis, é a utilização de um táxi – capacidade para 4 pessoas. De Aman conte pagar cerca de 80 JD e de Aqaba 30 JD.

    Uma opção também muito vantajosa, sobretudo se pensa viajar vários dias pelo país, é recorrer ao aluguer de um carro. É uma escolha que lhe dá muita flexibilidade e que possibilitará optimizar o seu tempo como nenhum outro meio de transporte. Se for o caso, recomendamos que utilize os serviços da Rentalcars, empresa amplamente reconhecida e muito provavelmente com as melhores tarifas do mercado.

    Alugar um carro

    Onde Dormir

    Entre os hotéis mais luxuosos e os hostels mais básicos, não faltam opções de alojamento em Wadi Musa. Os valores a pagar vão depender da centralidade, qualidade e, claro está, do orçamento que tiver para gastar.

    Reservar Hotel

    Onde Comer

    Dentro do complexo de Petra a oferta alimentar é escassa, sem grande variedade e claramente inflacionada. As tendas ou espaços onde poderá relaxar, refrescar-se ou comer uma refeição, nem sempre se encontram onde se espera, já que a orografia do local não o permite. Uma boa alternativa é abastecer-se antecipadamente em Wadi Musa, ou recorrer aos chamados lunch packs, frequentemente disponibilizados nas principais unidades de alojamento e restaurantes. Depois é só recorrer a uma sombra, instalar-se e desfrutar tranquilamente de uma refeição com uma envolvente que não esquecerá.

    Seguro de Viagem

    O seguro de viagem da World Nomads é um dos melhores e mais completos do mundo, sendo reconhecido e recomendado por entidades como a National Geographic ou Lonely Planet. Não é pois por acaso que o sugerimos aos nossos leitores e que nos tornamos parceiros desta reconhecida empresa dinamarquesa.

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    Mapa da cidade

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    Agostinho Mendes

    Sobre o Autor Agostinho Mendes

    É o fundador e editor do Ao Sabor do Vento e viaja desde os 18 anos. A paixão pela arte de andarilhar já o fez passar por mais de 50 países em vários continentes. Em viagem, procura experiências intensas que já o levaram a viver com nómadas na Mongólia, famílias mosuos na China ou em aldeias nos Himalaias. Faz trekking e é fotografo.
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