É impressionante a quantidade de turistas de montanha e montanheiros que existe em Espanha, França e por essa Europa fora. Tantas crianças, muitas com não mais de 6 ou 7 anitos, que fazem um número inacreditável de trilhos, algum bem exigentes pela irregularidade e desnível. Famílias inteiras em férias de montanha, onde os pais carregam os bebés em cadeirinhas levadas às costas; crianças que se deixam guiar pela mão; gente que se deixa ficar pelos parques e por passeios mais curtos; aldeias que se enchem de visitantes, animação e flores vermelhas nas varandas… Que diferença para Portugal! Será que algum dia verei tanta gente, profundamente alegre, a fazer este tipo férias de montanha e a encher as nossas aldeias?
Apesar da preguiça saborosa que por ali se instalou, o sol do meio-dia estava muito forte. Levantei-me e segui em direcção ao acampamento, onde já se encontravam os restantes membros do grupo, para montar a tenda e organizar as coisas. Espevitava-me a ideia de tomar um banho e almoçar! E almoçar de faca e garfo, uma verdadeira raridade em dias de montanha. Havia, por isso, que aproveitar a oportunidade!
Depois de uma tarte de maçã e o cappuccino da manhã, e de banhos refrescantes na praia fluvial de Bujaruelo, o almoço levou-nos a Broto, uma aldeia da província de Huesca, em Aragon. Salivo só de recordar o frango assado, em forno de lenha, que comemos ao almoço, já para não falar do chuletón extra, servido no parque de campismo ao jantar: 1 Kg de carne a dividir por três que, por não haver peça única com esse peso, acabou em três costeletas com 400g cada. Acham muito? Nós comemos tudo!
Sem dúvida um dia de pequenos “luxos” e grandes prazeres, que termina em grande a primeira metade da semana, motivando-nos ainda mais para os dias restantes desta intensa actividade: a ascensão ao Monte Perdido.
Primeira parte: Pirenéus: por vales e montanhas encantadas
Terceira parte: Ascenção ao Monte Perdido (3355m)
Sem Comentários