A Estação de São Bento, na cidade do Porto, foi eleita pela revista norte americana Travel+Leisure, como uma das estações de caminhos-de-ferro mais belas do mundo.
Embora seja atribuída alguma importância ao exterior da estação, que com seu telhado de mansarda e frontaria de pedra, nos remete para a arquitectura parisiense do século XIX, é ao átrio principal que se atribui o principal interesse: a Travel+Leisure destaca os esplêndidos painéis compostos por mais de 20.000 azulejos. Ainda segundo a revista americana, que afirma ter mais de 4,8 milhões de leitores, a beleza é tanta que fará qualquer visitante “suspirar” de admiração.
O projecto da Estação de São Bento, que tem o cunho do arquitecto Marques da Silva, foi lançado no ano de 1888 com o início das expropriações do que outrora foi o Convento de São Bento de Avé-Maria e estendeu-se até 1916, ano em que a estação foi finalmente inaugurada.
Em Novembro de 1905, é assinado o contrato com o mestre Jorge Colaço, no valor de 20 contos de reis, para a colocação dos azulejos saídos da Fábrica Cerâmica Lusitana de Lisboa. Os grandes painéis de azulejaria tipicamente portuguesa, que passam por um cuidadoso processo de colocação numa superfície superior a 550 metros quadrados, demoraram cerca de 10 anos a estar concluídos. Embora os motivos sejam diversos, estes representam sobretudo episódios da história nacional, como são os casos da “Apresentação de Egas Moniz e família ao rei de Leão Afonso VII” ou o “Infante D. Henrique na conquista de Ceuta”.
Entre outras estações eleitas como as mais belas do mundo, destacam-se a neoclássica Gare du Nord, em Paris, o terminal do Expresso do Oriente, em Istambul, a magnífica estação neogótica de S. Pancras, em Londres, ou ainda as modernas estações de Melburne, na Austrália e Kanazawa, no Japão.
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