Reivindicando o desejo há muito anunciado, o presidente da companhia aérea low-cost Ryanair, Michael O’Leary, esteve hoje no Aeroporto da Portela para mais uma vez mostrar a sua vontade em estabelecer uma base na capital portuguesa.
Com o seu estilo habitualmente irreverente, Michael O’Leary apareceu com um embrulho azul rodeado por um laço vermelho, onde se podia ler “Ryanair oferece 80% de crescimento à ANA”. Na opinião do presidente da Ryanair, havendo condições para a ANA proceder à entrega do terminal 2 de forma a estabelecer uma nova base, a companhia irlandesa estaria em condições de assegurar um crescimento de 80% no Aeroporto da Portela, o que em termos práticos se traduziria num número aproximado de três milhões de passageiros.
Muito divertido, Michael O’Leary deixou-se fotografar pelos jornalistas e pediu ajudar ao Governo Português para abrir a base de Lisboa, pois não entende o argumento evocado pela ANA, onde repetidamente é referido que nas condições e conjuntura actuais não é apropriado que a Ryanair voe para Lisboa, o que mais uma vez segundo O’Leary é entendido como uma alegada protecção da TAP. Foi ainda relembrado que a low-cost irlandesa é líder nos aeroportos do Porto e Faro, numa operação que representa um crescimento de 80% no volume de passageiros nestes dois aeroportos.
Entretanto, em resposta a esta iniciativa da Ryanair, o vice-presidente da TAP, Luis Mor, veio afirmar publicamente que “A Ryanair é uma empresa subsidio dependente que usa a agressão e a chantagem como método para atingir os seus objectivos”. Já a ANA apenas adiantou que de momento não existem conversações sobre este assunto com a Ryanair e que não pretende alimentar polémicas desnecessárias.
Com o estalar do verniz entre as duas companhias aéreas, são agora de prever novas trocas de acusações num crescendo que em nada dignificará a imagem pública das empresas e que poderá prejudicar a sua operação nacional.