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    Categories: Aviação

Japonesa ANA cancela voos do Dreamliner até Maio

A companhia aérea japonesa ANA (All Nippon Airways) anunciou que vai cancelar todos os voos programados para a aeronave Boeing 787 Dreamliner até final de Maio. Segundo avança a BBC, trata-se de uma decisão sem precedentes e que implicará o cancelamento de mais de 1700 voos durante os meses de Abril e Maio, aumentando deste modo para 3600 os voos cancelados pela ANA desde que se começaram a verificar os conhecidos problemas com as baterias do modelo Dreamliner.

Actualmente, dos 50 Boeing 787 Dreamliner já entregues pela construtora americana, a ANA é a companhia aérea mundial que mais aparelhos dispõe na sua frota, ao totalizar um conjunto de 17 aeronaves.

Apesar de a Boeing ter entregado recentemente ao regulador norte-americano um plano com um novo desenho para a problemática bateria de iões de lítio do Dreamliner, a companhia aérea japonesa parece não se ter deixado impressionar e deseja ver resultados práticos que demonstrem a total segurança dos aparelhos e passageiros. Na proposta entregue pela construtora americana é apresentado um revestimento mais forte para o invólucro da bateria, bem como um novo mecanismo de controlo de incêndios, de forma a minimizar os problemas com o sobreaquecimentos nas baterias pois, recorde-se, é a própria Boeing a reconhecer não ter ainda encontrado a raiz para o problema que tem mantido desde há semanas o modelo Dreamliner em terra.

Embora a Boeing não queira avançar para já quais as alterações introduzidas nas baterias, há rumores que indicam haver um novo revestimento cerâmico entre as células de iões de lítio, um sistema de ventilação para os gases libertados e uma optimização dos circuitos electrónicos.

Cabe agora à Federal Aviation Administration, que reiteradamente tem vindo a público referir a “segurança dos passageiros” como a sua principal prioridade, decidir se as medidas apresentadas pela Boeing são suficientes para o levantamento da suspensão emitida em Janeiro último.

Também certo parece ser o facto de a Boeing não querer deixar cair por terra a utilização das revolucionárias baterias de lítio, que estão a ser utilizadas pela primeira vez em aeronaves desta dimensão, pois podem ser, afinal, a principal chave para o funcionamento eléctrico do modelo 787 Dreamliner.