O governo português, representado pelo secretário de estado das obras públicas, Sérgio Monteiro, assinou na passada quinta-feira um memorando de entendimento com a companhia aérea Easyjet. No acordo firmado entre as duas partes, está garantida a instalação de uma base da low-cost britânica no aeroporto da Portela, que se prevê para Abril do próximo ano.
Já em Outubro de 2010 a ANA Aeroportos e a Easyjet tinham anunciado um pré-acordo para a instalação de uma base em Lisboa, embora à data ainda sem qualquer previsão para a formalização do acordo de investimento agora alcançado. Nessa altura, a entidade gestora dos aeroportos nacionais previa que a operação se pudesse desenvolver a partir do Terminal 2. Contudo, Guilhermino Rodrigues, presidente da ANA, já veio a público confessar que face a alguns constrangimentos não há condições operacionais para que neste momento existam terminais dedicados à instalação da nova base.
Com a anunciada suspensão da construção do novo aeroporto de Lisboa, face aos conhecidos problemas económicos da República Portuguesa, o secretário de estado aproveitou para anunciar a intenção de encontrar uma infra-estrutura aeroportuária para alargar o aeroporto da capital num modelo “Portela mais um”. Com esta solução, não só a Easyjet passaria a operar da nova infra-estrutura, mas todas as companhias low-cost que voam para Lisboa.
Sem haver qualquer decisão tomada, o governo já efectuou um primeiro levantamento das infra-estruturas existentes à volta de Lisboa, estando em cima da mesa as opções Montijo, Sintra e Alverca. São sobretudo soluções não demasiadamente onerosas e que permitem garantir o tráfego militar e civil. Indiferentemente da opções tomada, será sempre necessário reforçar o pavimento das pistas, uma vez que a descolagem na aviação civil é muito mais exigente que a militar.
Para iniciar a operação através da base na Portela, a Easyjet tinha previsto no ano passado um investimento de 300 milhões de euros, essencialmente na aquisição de novos aviões Airbus A319, bem como a criação de cerca de 2.000 postos de trabalho directos e indirectos. Todavia, com o adensar da crise e a crescente subida dos preços dos combustíveis, a companhia reviu os seus objectivos e para já só irá localizar dois aviões na Portela, ao que se juntará aquele que já se encontra a operar para a Madeira. O número de portos de trabalho também é revisto em baixa e não deverá ultrapassar inicialmente os 100 postos de trabalho directos, sendo previstos mais 100 indirectos.
Com a abertura da sua 23ª base, a Easyjet irá lançar as rotas Astúrias, Amesterdão, Bordéus, Copenhaga e Veneza, que se juntarão aos 16 destinos actualmente disponíveis. Em termos de tráfego, as previsões traçam uma meta que aponta para os 225 mil passageiros a embarcar exclusivamente em Lisboa.
A operar em Portugal desde 1999, a low-cost inglesa voa actualmente desde os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, transportando mais de 3,4 milhões de passageiros por ano.