Pais do Amaral, empresário português com interesses em vários sectores da economia nacional, acaba de assumir em entrevista ao jornal “Dinheiro Vivo” o interesse em avançar para a tomada de 100% da TAP. Para tal está a ser montado um consórcio, onde outro dos líderes é o ex-presidente da Continental Airlines, Frank Lorenzo, e onde é desde já manifestado o interesse em manter a gestão actual pois reconhece-se que “o presidente da TAP, Fernando Pinto, tem feito um bom trabalho e tem anos à frente para continuar a fazê-lo”.
O empresário revela que o seu projecto é “formar um núcleo investidor que siga a estratégia presente da companhia aérea portuguesa, que tem sido uma estratégia de sucesso e de crescimento”. Mais tarde, talvez três a quatro anos após a compra, o objectivo passa também pela dispersão de capital em bolsa.
Quando confrontado com a “fama” de “comprar barato, reestruturar e depois vender caro, sem olhar para trás”, Pais do Amaral afirma que o desejo é criar condições para manter uma estrutura accionista estável, garantindo deste modo condições para o crescimento e investimento da companhia aérea nacional.
No que respeita ao investimento visto como prioritário, é referida como vantajosa a capacidade para “ter uma frota que consuma muito menos e dessa forma aumentar as margens e diminuir os custos” mas, como se trata de um investimento muito elevado, só com a entrada de privados é que isso será possível.
“Há um conjunto de projectos que uma empresa privada pode realizá-los muito melhor do que uma pública. As empresas públicas, neste sector, estão impedidas de receber dinheiro do Estado. Já numa companhia privada, os accionistas metem o dinheiro que entenderem na sua empresa”, refere ainda Pais do Amaral.
Em jeito de conclusão, o empresário manifesta grande empenho na concretização deste negócio e espera dispor, em breve, de boas notícias para o governo. Assim que a formação do consórcio se encontre concluída e a mobilização dos recursos financeiros esteja disponível, será então efectuada uma proposta formal de compra da TAP.