Chegados ao grande terraço no cume da montanha, a primeira coisa que notamos é a temperatura. De facto, partindo com uma temperatura que ronda os 30 graus no sopé da montanha, quando alcançamos o seu topo, depois de uma viagem de 20 minutos, somos confrontados com temperaturas que não ultrapassam um ou dois graus positivos. Trata-se de uma amplitude térmica muito significativa, pelo que é aconselhável partir bastante agasalho, se é que quisermos ter uma estadia agradável no topo.

Ultrapassado o embate com a diferença de temperatura, outro pormenor que temos de ter em atenção é redução na quantidade de oxigénio que tempos para respirar. A cerca de 3000 metros de altitude já se nota a rarefacção do ar, pelo que temos de avançar com calma e tentar adaptar-nos a esta condição, andando devagar e inclusive sentando-nos um pouco no chão ou num banco até nos sentirmos adaptados. A falta de adaptação às condições da montanha pode provocar a chamada doença da altitude que, se nas formas menos graves se manifesta através de tonturas ou náuseas, já nas formas mais graves pode trazer sérias consequências para a saúde do individuo.

E apesar da zona visitável no topo não ser demasiado extensa, há alguns pontos de interesse: o café / restaurante, onde podemos tomar uma refeição com uma vista privilegiada sobre o maciço do Monte Branco; um museu inteiramente dedicado à montanha e ao montanhismo, o local de partida e chegada das expedições ao Monte Branco, onde podemos observar os temerosos alpinistas; o elevador que nos leva até ao pináculo da montanha, a 3.842 metros de altitude; e, finalmente, uma loja de recordações. Tudo no seio de uma fantástica esplanada com vistas deslumbrantes para as montanhas em redor. Simplesmente fantástico!

Alpinistas sobre a neve na montanha Aiguille du Midi, perto de Chamonix
Alpinistas chegados da ascensão ao Monte Branco no Aiguille du Midi.
O vale de Chamonix desde a torre de telecomunicações no cume da Aiguille du Midi
Complexo turístico e vale de Chamonix desde o cume de Aiguille du Midi.

Visitados os pontos de maior atracção turística, o visitante, caso esteja interessado, pode ainda fazer alguns dos trilhos de montanha que circundam o vale e que permitem a observação de paisagens deslumbrantes sobre os maciços que rodeiam a vila. É algo que exige algum esforço mas que compensa amplamente quem o faz, uma vez que regressamos com a vista e alma lavada pela beleza única da natureza desta região.

Visitar Chamonix é, mesmo que não sejamos montanhistas ou desportistas radicais, partilhar da imensa energia que enche este local, bem como experimentar a comunhão com a montanha, um dos mais fantásticos locais que a natureza tem para nos oferecer.

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