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Convento de Cristo, uma viagem ao passado

Muito se poderia escrever ou falar sobre o Convento de Cristo, um dos mais importantes monumentos nacionais e Património Mundial da Humanidade. Poderíamos mencionar que foi fundado por Gualdim Pais, em 1160, ou que foi a sede dos Cavaleiros Templários em Portugal, sendo mais tarde a casa-mãe da Ordem de Cristo quando a Ordem dos Templários foi extinta. É certo que poderíamos escrever sobre vários temas históricos, mas talvez seja mais interessante falar sobre o resultado de uma visita ao Convento de Cristo, onde utilizamos a imaginação para viajar através do tempo, até nos instalarmos confortavelmente a observar o dia-a-dia nos tempos áureos deste magnifico lugar.

Assim, logo à entrada do Castelo de Tomar, onde o convento se encontra inserido, ou talvez melhor dizendo, absorvido, podemos imaginar tempos idos, onde os Cavaleiros Templários guardavam as suas muralhas. Podemos até, se puxarmos um pouco mais pela imaginação, vislumbrá-los no topo das muralhas, vigilantes a qualquer ataque dos mouros que nesses tempos ainda dominavam o Sul de Portugal.

Já dentro do convento, rodeados pela fantástica miscelânea de estilos arquitectónicos que compõem o edifício, imaginamos os seus habitantes deambulando atarefados pelos claustros, corredores, salas e jardins, cuidando do bem-estar dos religiosos e zelando pela funcionalidade das instalações.

Prosseguimos e quando nos depararmos com a maravilhosa charola, que procura imitar os templos do Médio Oriente, vislumbramos no seu interior os Cavaleiros Templários, com as suas longas capas e espadas, reunidos em círculo, que rezam e realizam os seus secretos rituais esotéricos – se é que os mesmos alguma vez existiram –, jurando proteger a cristandade nos caminhos de peregrinação medievais, muito ao estilo dos cavaleiros da Távola Redonda.

À medida que vamos percorrendo a arquitectura semi-labiríntica do Convento de Cristo, podemos também encontrar o Infante D. Henrique, absorto nas suas ideias de expansão quinhentistas, através dos mares nunca antes navegados – pelo menos pelos portugueses. Talvez o encontremos na biblioteca a estudar as cartas e mapas reunidos pela Ordem Templária, ou contemplando o horizonte a partir do terraço do convento.

É sempre bom quando visitamos um monumento e brincamos, à semelhança das crianças, com a nossa imaginação!

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