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    Categories: Fotografia

Kumbh Mela: uma estória da purificação no Sangam

O grande Kumbh Mela, chamado de Maha, é celebrado de doze em doze anos na cidade de Allahabad, no norte da Índia. Durante as várias semanas em que decorre o festival, são recebidas dezenas de milhões de pessoas, o que torna este evento como aquele que reúne o maior número de participantes à escala mundial.

No Sangam, local escolhido por excelência para a purificação, pois é aqui que se encontram as águas sagradas, os peregrinos juntam-se num impressionante “mar de gente”, repleto de cor, que se perde no horizonte.

A experiência é esmagadora mas há algumas contrariedades, sobretudo para os fotógrafos: este é o único local em todo o recinto onde só quem está credenciado, com o cartão “Press” pendurado ao peito, pode fotografar livremente. E pese embora eu tenha tentado de tudo para conseguir o dito cartão, percebi que o mesmo só é atribuído a quem dispõe de visto de jornalista, visto esse que só é atribuído com o pedido de um jornal, já para não falar no custo que é cinco ou seis vezes superior ao do visto de turismo.

Julgo que se trata de uma regra sem aparente sentido, até porque são às centenas os indianos que circulavam livremente com câmaras fotográficas no Sangam. Dito isto, decidi arriscar e rapidamente percebi que a maioria dos estrangeiros tinha optado por fazer o mesmo. É certo que há muitos voluntários e policias para controlar os fotógrafos, mas também não deixa de ser verdade que é uma situação que se ultrapassa com algum jogo de cintura.

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Este é um dos locais mais fascinantes onde já fotografei e onde tudo acontece, mas há um custo para obtermos as melhores fotografias: há que ir para dentro de água, no meu caso com botas, calças e água até à cintura, o que fez calar por alguns dias o telemóvel esquecido num dos bolsos.

Quando me posicionei para fotografar a senhora, creio que num primeiro instante se terá sentido algo constrangida, mas perante a minha insistência, muito através de sorrisos mútuos, lá aceitou o desafio. E o resultado terá sito tão surpreendente quando lhe mostrei a imagem através do LCD da câmara, que logo me convidou a segui-la para conhecer a sua família que esperava junto às margens. Quase todos falavam inglês e os 20 ou 30 minutos seguintes foram uma verdadeira lição sobre o hinduísmo e a importância deste festival religioso.

O Kumbh Mela é uma experiencia de vida dificilmente ultrapassável, cheia de estórias, emoções, surpresas e inimagináveis personagens, mas isso fica prometido para um novo texto, mais elaborado e com mais detalhes.

Dados técnicos

A fotografia que apresento advém de um conjunto de tentativas, pois nem sempre conseguimos o melhor resultado à primeira. Foi utilizada uma objectiva com uma distância focal próxima dos 100mm, uma abertura f/5,6 para manter apenas o primeiro plano focado, uma velocidade de obturação de 1/1250s para congelar as gotículas de água quando a senhora se elevou do mergulho, e um ISO 400, não por falta de luminosidade no local, mas sim para conseguir atingir velocidades de obturação elevadas.

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  • Bom dia Agostinho, Sou seguidora dos Amantes de Viagens á pouco tempo, por isso a primeira vez que li o que escreveu. Quero dar-lhe os meus parabéns , pelo seu belo trabalho, excelentes fotos e escrita, transmitindo pureza, e carregadas de sentimento genuíno. Enquanto viajantes , o melhor que podemos fazer é tirar partido do convívio com os locais, dos novos sabores e da intensidade dos cheiros que nos transportam por vezes a outras épocas. Os sorrisos e gestos dos locais são o melhor para uma foto :-) continue Agostinho, já descobri muitos países, mas a Mongólia , China e Himalais ainda estão na lista, sobretudo a Mongólia temos muita vontade e já fizemos um plano. Bom fim de semana Alice

    • Alice, muito obrigado pelas simpáticas palavras. Estou inteiramente de acordo porque as viagens são isso mesmo. Sem as pessoas, as vivências, os cheiros, os sabores… o sorrir e o chorar, o amar e algumas vezes odiar, nada seria igual e faria sentido. Quanto à Mongólia, recomendo vivamente. Já lá estive três vezes e não me canso de voltar ;)

      • Alice, muito obrigado pelas simpáticas palavras. Estou inteiramente de acordo porque as viagens são isso mesmo. Sem as pessoas, as vivências, os cheiros, os sabores… o sorrir e o chorar, o amar e algumas vezes odiar, nada seria igual e faria sentido. Quanto à Mongólia, recomendo vivamente. Já lá estive três vezes e não me canso de voltar ;)