X
    Categories: Crónicas de Viagem

Rio de Janeiro: muito para além das praias

O Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Pedra da Gávea e o Morro de São Conrado (aquele da Praia de Ipanema), são quatro cartões postais do Rio de Janeiro, que dá para capturar numa foto só e é de fazer a cara de qualquer turista cair no chão. É possível conseguir essa proeza se você sair de navio do porto do Rio. A minha cara também caiu quando eu quis tirar essa foto e a bateria da minha câmera acabou. O Rio de Janeiro das praias, do mar e sol todo mundo já conhece. Aproveitei um pouquinho disso também, mas fui atrás de outros programas turísticos que não são típicos da beleza tropical que é referência no mundo. Eu trabalhei num navio de cruzeiro que parava por um dia na cidade, e, perto do porto, havia várias igrejas e museus. Como o navio ficava só um dia no Rio, era melhor não me deslocar para muito longe, ainda mais com o risco de pegar trânsito numa cidade que não era ainda familiar para mim. Visitei, por exemplo, o Museu Light da Energia, que ensina o uso eficiente e seguro da energia elétrica de forma lúdica e interativa. É grátis, fica no Centro e possui três horários disponíveis. Não é necessário agendar previamente, mas o atendimento é limitado a 15 pessoas por horário (11h15 às 12h45; 13h30 às 15h00; 15h30 às 17h00). Light é o nome de uma das três distribuidoras de energia elétrica do estado do Rio de Janeiro.

Perto do Centro, o bairro de Santa Teresa é bem acolhedor, tem as ruas estreitas, com vários ateliês de artistas, abertos à visitação. Você pode ir até lá de bonde (conhecido como elétrico em Portugal), a partir do centro. Ele faz uma travessia sobre o antigo aqueduto, hoje também o cartão postal chamado de Arcos da Lapa. Além de ser uma atração de passeio na cidade e ser amarelo hoje em dia, é também um meio de transporte real para os moradores do bairro. Próximo à estação do Largo dos Guimarães situa-se o museu do bonde, de visitação gratuita. Os bondes não circulavam com passageiros desde agosto de 2011, quando seis pessoas morreram e 56 ficaram feridas num acidente. O vagão tombou porque os freios falharam e o bonde não tinha condições de segurança para funcionar. Seu uso esteve suspenso até julho deste ano, quando voltaram a funcionar, mas apenas cinco horas por dia e em menos 2 km de extensão.

Bonde antigo no Museu Light da Energia.

O prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Palácio Tiradentes) também entrou no meu roteiro. É a antiga Câmara dos Deputados do Brasil, que hoje está em Brasília. Conheça o plenário, a biblioteca, o salão nobre, entre as diversas exposições, que contam a história do Parlamento no Brasil desde o Império até os dias de hoje. Os horários de visita são de segunda a sábado, das 10h às 17h, e domingos e feriados das 12h às 17h. Nesse passeio central também foi interessante descobrir uma Igreja chamada Nossa Senhora da Cabeça e visitar a famosa Igreja da Candelária.

Interior da Igreja da Candelária.

Por mais que se queira fazer um roteiro um pouquinho diferente do Rio, seria pecado se eu ignorasse o Cristo Redentor, a 12 km do Centro. Ele está aberto a visitas todos os dias, das 8h30 às 19h, mas o mais importante é não ir em dia nublado. Os modos de acesso são diversos – de trem, de van, a pé (não é tão puxado e uma escada rolante dá o empurrãozinho final). E os ingressos variam de R$23,00 a R$62,00 ([currencyr amount=23 from=brl to=eur] a [currencyr amount=62 from=brl to=eur]), dependendo do tipo de acesso escolhido e da temporada em que se encontra. Como há dias com grande afluência, recomenda-se comprar o bilhete antes no site oficial. As saídas são feitas a cada meia hora. Crianças até 12 anos e brasileiros a partir dos 60 não precisam pagar a entrada.

Nossa Senhora da Cabeça.
Retaguarda do Cristo Redentor.

Já a subida de bondinho até o Pão de Açúcar custa R$71,00 ([currencyr amount=71 from=brl to=eur]) por adulto. Funciona das 8h às 19h50. Esse é outro tipo de bondinho, que vai pelos ares, e está a 10 km tanto do Centro como do Cristo. Na verdade, são duas subidas: primeiro até o Morro da Urca, onde descemos e pegamos outro bonde, aí sim até o Pão de Açúcar. Se quiser economizar, dá pra subir só até o Morro da Urca por um valor menor mas, fala sério, né? No alto do Morro da Urca, também tem coisa interessante para se ver, como a parte histórica do bondinho, e uma réplica do carro antigo. A bilheteria do bondinho fica na Praia Vermelha, então vá preparado para um banho antes ou depois da subida.

Na Floresta da Tijuca, o Açude da Solidão é a parte final do passeio, que também pode ser a parte inicial, dependendo de onde você tenha começado. Não sei o porquê desse nome. Será que é porque as pessoas têm medo de ficar lá sozinhas por conta dos assaltantes que, uma vez ou outra, assombram a floresta?

:: Escrito de acordo com a ortografia brasileira ::