Casa da Fotografia de Marraquexe

Marraquexe também dispõe de um museu de fotografia. Chama-se Casa da Fotografia (Maison de la Photographie) e está instalado em pleno coração da Medina, num antigo foundouk sabiamente recuperado. O espaço é uma enorme surpresa para quem aqui passa e um lugar obrigatório para os amantes da fotografia. Com um acervo superior a 3500 documentos constituído essencialmente por fotografias a preto e branco e placas de vidro, registadas entre os anos 1870 e 1950, o museu tem a capacidade para oferecer uma visão sobre a história e cultura marroquina, porventura desconhecida da maioria das pessoas que visitam o país.

Aberto ao público desde Abril de 2009, o projecto nasce pela mão de Patrick Manac’h, um especialista em arte e cultura, que depois de inúmeros anos a cruzar o mundo, decidiu radicar-se da cidade marroquina de Marraquexe. A este francês, que fala seis línguas e é natural da Bretanha, juntou-se ainda o marroquino Hamid Mergani, desde longa data um coleccionador apaixonado por fotografias antigas do seu país.

A colecção distribui-se pelos três pisos do edifício, conforme a temática e período a que reportam. Assim, o rés-do-chão está dedicado ao trabalho de James Valentine e George Washington Wilson, dois fotógrafos pioneiros de origem escocesa. Também Gabriel Veyre, um sócio dos irmãos Lumière que ensinou a técnica e imortalizou o sultão Mulai Abd al-Aziz, bem como outros fotógrafos que conseguiram captar a realidade de Marrocos – quando o país ainda se encontrava encerrado para o mundo -, estão em destaque neste piso da Casa da Fotografia.

No segundo piso, estão disponíveis imagens do início do século XX provenientes de placas de vidro, em excelente estado de conservação, resultantes de muitas das fotografias de René Bertrand, reconhecidamente um dos fotógrafos que melhor documentou a cidade de Marraquexe e produziu um trabalho notável junto das tribos berberes do Alto Atlas. No período que inclui as décadas 30 e 50 há ainda lugar para imagens de Marcelin Flandrin, Bernard Rouget ou Garaud.

Finalmente, o terceiro piso concentra vários trabalhos, alguns de grande valor, relacionados com as tradições berberes. Há ainda a assinalar um pequeno espaço destinado à projecção, onde são exibidos filmes documentais, nomeadamente o primeiro filme a cores sobre a tribo berbere de Seksawa, registado por Daniel Chicault, em 1957.

No topo da Casa da Fotografia  existe um terraço onde poderá descansar na companhia de uma bebida ou refeição ligeira. A vista sobre a Medina é extraordinária e seguramente uma das melhores em toda a cidade. Mas tenha em atenção que no pico do calor, sobretudo no verão, poderá ser desconfortável permanecer prolongadamente neste lugar.

A entrada tem um custo de 40 Dhs por pessoa, mas para crianças e jovens até aos 16 anos é gratuita. A tarifa inclui uma pequena introdução sobre a história da fotografia em Marrocos, a origem do projecto e as exposições que actualmente estão patentes no edifício. Na recepção também funciona uma pequena loja onde se podem adquirir livros, posters e reimpressões das fotografias expostas.

Uma curiosidade é que parte da colecção não se encontra na Casa da Fotografia, mas sim no Eco-museu Berbere (também fundado pela dupla Patrick e Hamid), instalado da aldeia de Tafza, no vale de Ourika, a 30km de Marraquexe. Se for do seu interesse visitar o lugar, na recepção podem disponibilizar-lhe entradas gratuitas e dicas para lá chegar da forma mais económica.

Mais informações sobre este interessante projecto podem ser encontradas directamente no site oficial da Casa da Fotografia de Marraquexe.

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