A TAP, companhia aérea nacional, está a ver-se obrigada ao cancelamento alguns dos seus voos devido à escassez no número de pilotos disponíveis para voar. Tal facto deve-se à decisão do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), tomada durante a sua última assembleia-geral, onde os associados presentes votaram favoravelmente ao “não voar em folgas e férias” e “cumprir escrupulosamente o acordo de empresa”.
O conjunto de medidas aprovadas, que incluem a possibilidade dos pilotos enveredarem pela convocação de greves, representam um alerta no sentido de despertar a sensibilidade do governo para o processo de privatização da TAP que, não havendo imprevisto de última hora, vai iniciar-se nos próximos meses. O SPAC reclama que ao abrigo do acordo assinado em 1998 com o governo de então, ficou definido que o sindicato poderia receber até 20% do capital da TAP, caso o processo de privatização da companhia visse a ser levado por diante.
Outro factor de contestação que está na origem da tomada de posição do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, relaciona-se directamente com as medidas de redução salarial impostas pelo governo e que vão no sentido do combate ao deficit do Sector Empresarial do Estado. Recorde-se que a TAP, à semelhança da função pública e todas as empresas debaixo da alçada do estado, reteve os subsídios de Férias e Natal dos seus trabalhadores, conforme as instruções do governo. Contudo, a companhia aérea de bandeira nacional conseguiu um regime de excepção junto do Ministério das Finanças, onde os cortes previstos de salário, compreendidos entre os 5% e 10%, só são aplicados a funcionários com vencimentos brutos superiores a 1500 euros. A TAP comprometeu-se, no entanto, a alcançar poupanças globais semelhantes ao valor que não irá cortar aos seus funcionários. O Ministério das Finanças argumenta que o regime de excepção se deve ao facto da transportadora aérea nacional estar em regime de concorrência e numa fase avançada de privatização.
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