Banguecoque, 16 de Abril 2009
Depois de umas horas de sesta, acordo para jantar. O primeiro dia na Tailândia foi exigente, penso. Clima, emoção, caminhadas, pessoas. Os meus olhos não conseguem acompanhar tanto movimento e os meus pés não obedecem. O suor escorre-me por todo o corpo.
Saí para jantar na rua, em Khao San Road. O quarto onde durmo fica colado a um bar / restaurante onde a música tecno abunda. Aparentemente sem limites de ruído!
Quando saio, os olhos demoram a acreditar no que vejo. É o último dia de comemoração do ano novo (demora uma semana). E as pessoas estão todas na rua. Muito simples: velhos, novos, bebés, mulheres e homens concorrem entre si para ver quem consegue encharcar mais o próximo. É ver a avó a responder a uma bisnagada do neto de dois anos com um balde de água cheio, a filha a apontar uma bisnaga super potente aos olhos do pai, tailandeses contra estrangeiros. Tudo vale.
E muita lama… as pessoas esfregam-nos na cara. É sinal de boa sorte para o ano que vem, dizem-me. Segui pela berma da rua. Tentei fugir o melhor que pude, não estava armado. Mesmo sem querer, lá tomei banho. Só não fiquei encharcado porque o cansaço chegava.
Antes de regressar ao quarto, passo no 7eleven e compro uma garrafa de água. Vou beber ali para o início da rua, onde a confusão é menor. Já começam a recolher as coisas, mas ainda há tempo para ver um cão com uns óculos bem especiais. Aliás, se calhar veio mesmo de outro planeta, começo a suspeitar disso.
Meto conversa com uns fãs de Heavy Metal, que não largam o seu rádio leitor de cds. Fiquei por lá a ouvir músicas e a cantarolar, enquanto acabava a minha garrafa.
Até podia ser a festa mais louca e divertida do mundo, mas os ossos quebravam e o dia seguinte tinha despertador marcado para as 6 da manhã. Vinha aí uma visita a um sítio invulgar e eu tenho que dizer adeus. Despeço-me dos amigos tailandeses e sigo para a pensão.
Subo as escadas, passo pela dona e sua família – já dormem profundamente no hall de entrada. Vou tomar um banho de mangueira, água fria como se quer. A ventoinha funciona à velocidade máxima, mas mesmo assim não me tira este calor.
Deito-me na cama. Podia acabar o mundo, os meus olhos não aguentam mais. Durmo como uma pedra e tento recuperar várias noites de sono, nas poucas horas que tenho pela frente.
texto adaptado a partir de uma crónica de viagem em http://www.blogclubedeleitores.com/
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